segunda-feira, 16 de junho de 2008

SEXO CASUAL

Vinte e cinco anos de trabalho, todos dedicados ao cemitério municipal, ele era coveiro. Trabalhava dia e noite, faça chuva ou faça sol estava no cemitério, trabalhava aos domingos e feriados, sem reclamar trabalhava quieto, rápido e de forma eficiente, já havia enterrado políticos, artistas, pessoas ricas e pessoas pobres. Homens,mulheres e crianças de todos os tipos. Esses anos de profissão o fizeram abandonar a vida real, não tinha esposa, nem filhos, nem casa, seu lar era o cemitério.
Há mais ou menos uns quinze anos, entrou na capela mortuária uma loira linda, de seios enormes e lábios carnudos, a loira havia morrido do coração, jovem com pouco mais de vinte anos. Ele olhava para ela com um tesão incontrolável, a morte havia levado sua alma, mas o seu corpo estava ali, lindo deitado entre as flores.
Ele acompanhou a dor de todos os parentes, ajudou no velório, serviu cafezinho, recepcionou os amigos da defunta. Andava muito agitado pela capela, sempre que olhava para a menina sentia crescer o volume dentro das calças, fica excitado imaginando o que uma mulher como aquelas faria na cama.
Depois do enterro o pai da moça o chamou num canto e lhe deu uma gorjeta para tentar pagar por toda a dedicação que ele tivera no enterro da filha. Caiu a noite, ele foi até o túmulo recém fechado da loira e sozinho desenterrou o corpo. Abriu o caixão, ela estava linda com seus lábios estonteantes e seus seios maravilhosos. Sem tirar o caixão da cova ele despiu a loira e transou com ela, a sensação foi um pouco estranha, mas ela era linda e ele estava com muito tesão, foi difícil e meio desconfortável, mas foi delicioso.
Assim seguiram os anos, ele estava presente em todos os velórios. Era muito prestativo com as famílias. Ele não perdoava nenhuma moça bonita que entrava na capela, nesses quinze anos ele transou com muitas loiras, morenas e mulatas, mulheres famosas, algumas artistas de televisão, algumas filhas de políticos e de pessoas ricas da cidade. Transou com mulheres simples e com mulheres elegantes, mas nunca transou com mulheres feias, tinha verdadeiro pânico das feias, ele só comia as mais bonitas.
Uma tarde de sol entrou na capela uma das defuntas mais lindas que ele já tinha visto. Loira como a primeira, mas com curvas muito mais perfeitas, lábios carnudos, um cabelo macio, uma pela lisa e com um brilho irresistível, foi paixão a primeira vista. Aquele dia ele não ficou no velório, foi para casa, estava nervoso de mais, aquela mulher era incrível, teria com ela a maior de todas as suas aventuras sexuais. Tomou banho, colocou perfume, penteou o cabelo e foi para o enterro. Colocou o caixão na cova e lacrou com uma fina camada de cimento a tampa de concreto da sepultura, por ele a cova seria rasa e teria ficado aberta, mas era preciso manter as aparências.
Ao anoitecer, ele conferiu se estava tudo certo e percebeu que havia esquecido algo fundamental, a vaselina! Nesses anos de cemitério ele descobriu que a vaselina ajudava bastante e servia para muitas coisas, no caminho da farmácia decidiu que teria uma noite especial, comprou uma garrafa de vinho, achou que poderia agradar a defunta com um pouco de romance.
A noite caia perfeita, uma lua cheia brilhava deixando a escuridão mais agradável do que o normal. Ele desceu na cova, abriu o caixão e ao vê-la deitada teve a absoluta certeza de que estava diante da mulher morta mais linda do mundo.
Abriu o vinho, serviu um copo que tomou num gole, acendeu algumas velas para criar um clima e tirou a roupa. Normalmente ele não ficava totalmente nu, sentia vergonha do seu corpo gordo e imperfeito, mas a noite estava quente e aquela deusa merecia um tratamento especial.
Sem dificuldade tirou o vestido, ela estava sem sutiã, seu pênis ereto latejava de desejo, ele beijou a loira na boca, depois acariciou os seios que eram duros como ele nunca havia sentido e com uma textura diferente, os seios pareciam ainda estar vivos e por isso estavam deliciosos.
Já não suportava mais e num ato quase violento de puro tesão, tirou a calcinha da loira e o que ele viu foi um pênis bem maior que o dele, engoliu a seco, sentou-se no canto do túmulo e começou a rir descontroladamente ao constatar que a loira era homem.
Não sei direito o que aconteceu depois, só sei que daquele dia em diante o coveiro começou a olhar com outros olhos também os defuntos homens.

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